As comidas típicas da região Sul encantam pelos sabores marcantes e tradições culturais da rica culinária do sul do Brasil. Pratos como churrasco, barreado refletem a herança dos povos que ali se estabeleceram.
Com influências europeias marcantes, especialmente alemãs, italianas, polonesas e portuguesas, os três estados do sul – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – desenvolvendo uma gastronomia robusta, reconfortante e extremamente chinesa que se destaca no cenário nacional.
As comidas típicas da região Sul são especificadas pelo uso generoso de carnes, massas, pinhão e ervas aromáticas, criando aquecedores que aquecem o corpo e a alma durante os rigorosos invernos sulistas.
Além disso, as técnicas de conservação de alimentos e o aproveitamento de ingredientes sazonais são características marcantes desta cozinha regional.
Neste artigo, vamos conhecer as 10 comidas típicas mais popular do sul do Brasil , revelando seus ingredientes, modos de preparo, curiosidades históricas e dicas para você reproduzir essas delícias em casa.
Prepare-se para uma viagem gastronômica pelos sabores mais autênticos da cultura sulista brasileira!
Churrasco gaúcho: o símbolo da tradição sulista
O churrasco gaúcho é, sem dúvida, a mais emblemática das comidas típicas da região sul . Mais que um prato, é um ritual que celebra a cultura, a história e a identidade do povo gaúcho.
Diferentemente do churrasco praticado em outras regiões do Brasil, o verdadeiro churrasco gaúcho possui características próprias e técnicas específicas de preparo.
Ingredientes do churrasco gaúcho autêntico
• 1 kg de costela bovina
• 1 kg de maminha
• 1 kg de picanha
• 500g de linguiça campeira
• Sal grosso a gosto
• Espetos de metal
Modo de preparo tradicional
- Acenda o fogo na churrasqueira com pelo menos 2 horas de antecedência
- Limpe levemente as peças de carne, mantendo uma camada fina de gordura
- Espete as carnes no sentido longitudinal às fibras musculares
- Tempere apenas com sal grosso
- Posição dos espetos a uma distância correta do fogo (cerca de 30cm)
- Asse lentamente, girando ocasionalmente
- Retire quando o ponto desejado para atingido (normalmente ao ponto para gaúchos)
- Sirva com pão e salada de maionese
“O churrasco gaúcho não é apenas comida, é uma cerimônia que representa a hospitalidade, a fartura e o espírito livre do povo do sul” – dito popular gaúcho
Informações nutricionais e tempo de preparo
Informações | Dados |
---|---|
Calorias | Aproximadamente 450 kcal por 100g |
Proteínas | 25g por 100g |
Tempo de preparo | 2-3 horas |
Rendimento | Serve 10-12 pessoas |
Melhor época | O ano todo |
Dica rápida: Para um churrasco mais suculento, asse as costelas com a parte óssea externa para o fogo inicialmente, virando apenas na última hora de preparo.

Barreado: o prato símbolo do litoral paranaense
O barreado é uma das comidas típicas da região sul que melhor representa a cultura litorânea do Paraná, especialmente das cidades de Morretes, Antonina e Paranaguá.
Este prato teve origem entre os colonizadores açorianos e ganhou características próprias ao longo dos séculos, tornando-se parte fundamental das celebrações do fandango e do carnaval paranaense.
Ingredientes tradicionais do barreado
• 2 kg de carne bovina (patinho ou coxão mole)
• 250g de toucinho defumado
• 2 cebolas grandes picadas
• 5 dentes de alho amassados
• 4 folhas de louro
• 1 maço de cheiro-verde
• 2 colheres (sopa) de cominho
• 3 colheres (sopa) de colorau
• Sal a gosto
• Pimenta-do-reino a gosto
Preparação autêntica do barreado
- Corte a carne em cubos médios e temperado com alho, cominho, colorau, sal e pimenta
- Deixe marinar por pelo menos 4 horas (idealmente durante a noite)
- Forre o fundo de uma panela de barro com o toucinho fatiado
- Adicione as cebolas, o louro e metade do cheiro-verde
- Coloque a carne por cima
- Tampe a panela e vede completamente a tampa com uma massa feita de farinha de mandioca e água (o “barro” que dá nome ao prato)
- Aconchegue-se no fogo muito baixo por cerca de 8-10 horas
- Retire a tampa de barro, desfie a carne e misture bem
- Sirva com farinha de mandioca, banana e laranja
Tempo de preparo: 12 horas (incluindo marinada)
Rendimento: 8-10 porções
Adaptações modernas e variações regionais
Atualmente, muitos restaurantes e famílias preparam o barreado em panelas de pressão, reduzindo o tempo de cozimento para cerca de 2 horas. No entanto, os puristas insistem que o sabor característico só é obtido no longo cozimento tradicional.
Em algumas regiões do litoral paranaense, adiciona-se banana-da-terra ou mandioca ao cozido, enquanto em outras o barreado é servido com pirão feito do próprio caldo da carne.
Acompanhamentos tradicionais:
- Arroz branco
- Farinha de mandioca
- Bananas
- Laranja em rodelas
Pinhão na chapa: o tesouro dos invernos sulistas
O pinhão , semente da araucária (árvore símbolo do sul do Brasil), é um dos ingredientes mais característicos da culinária típica da região sul . Sua colheita acontece principalmente entre abril e junho, tornando-o um alimento sazonal muito aguardado pelos sulistas.
Como preparar o pinhão na chapa
Ingredientes:
• 1 kg de pinhões frescos
• Sal grosso a gosto
• 1 colher (sopa) de erva-mate (opcional)
Modo de preparo:
- Lave bem os pinhões
- Coloque-os em uma chapa ou frigideira de ferro bem quente
- Polvilhe com sal grosso
- Mexa constantemente para evitar que queimem
- Asse por aproximadamente 30 minutos, até que as cascas comecem a rachar
- Retire do fogo e sirva quente
Tempo de preparo: 35 minutos
Rendimento: 4 porções
Variações e outras formas de preparar o pinhão
A curiosidade do pinhão permite inúmeras vantagens, como:
- Cozido de Pinhão: a forma mais simples, cozinhando em água e sal por cerca de 40 minutos
- Paçoca de pinhão: pinhões cozidos e socados com carne de sol, semelhantes à paçoca nordestina
- Entrevero de pinhão: prato que mistura pinhão com diversos tipos de carne e legumes
- Risoto de pinhão: versão sulista do clássico prato italiano
- Pinhão na sopa: adicionado a caldos e sopas para enriquecer o sabor
“O pinhão é para o sul o que a mandioca é para o norte: um alimento básico que define a identidade cultural regional” – Ditado popular sulista
Valor nutricional do pinhão (por 100g):
Nutriente | Quantidade |
---|---|
Calorias | 187 kcal |
Carboidratos | 44g |
Proteínas | 3g |
Fibras | 15g |
Potássio | 612 mg |
Fósforo | 198mg |
Dica para descascar: Faça um pequeno corte na casca antes de cozinhar ou assar, isso facilitará a retirada da casca depois.

Polenta brustolada: herança italiana no sul
A polenta brustolada é uma das comidas típicas da região sul que demonstra claramente a influência italiana na culinária regional. O termo “brustolada” vem do dialeto vêneto e significa “tostada” ou “grelhada“, referindo-se ao método de preparo que dá um acabamento crocante à polenta.
Ingredientes da polenta brustolada tradicional
• 2 xícaras de fubá (preferencialmente o mais grosso)
• 6 xícaras de água
• 1 colher (sopa) de sal
• 2 colheres (sopa) de banha de porco ou manteiga
• Queijo colonial ralado (opcional)
Modo de preparo tradicional
- Aqueça a água em uma panela grande, de preferência de ferro
- Quando estiver quase fervendo, adicione o sal
- Adicione o fubá aos poucos, confundindo constantemente para evitar grumos
- Cozinhe em fogo baixo por aproximadamente 40 minutos, mexendo frequentemente
- Quando tiver consistência firme, adicione banha de porco ou manteiga
- Coloque a polenta em uma tábua de madeira ou assadeira
- Deixe esfriar e suportar (cerca de 2 horas)
- Corte em fatias de 1,5 cm de espessura
- Grelhe as fatias em uma chapa quente ou frigideira até ficarem douradas e crocantes
- Sirva quente, com queijo colonial ralado por cima (opcional)
Tempo total: Aproximadamente 3 horas (incluindo o tempo de resfriamento)
Rendimento: 6-8 porções
Variações regionais e envios
Acompanhamentos tradicionais para polenta brustolada:
- Molho de tomate com linguiça
- Queijo colonial derretido
- Galinha ensopada
- Molho de carne moída
- Radicci (folha amarga típica do sul)
Variação: Em algumas regiões do Rio Grande do Sul, a polenta é preparada com leite no lugar da parte da água, tornando-a mais cremosa antes da etapa de grelhar.
Curiosidade: Nas famílias de origem italiana no sul do Brasil, era comum preparar a polenta em grandes pedaços, consumindo parte dela fresca e guardando o restante para ser brustolado nos dias seguintes.
Arroz de carreteiro: a comida dos tropeiros gaúchos
O arroz de carreteiro é uma das comidas típicas da região sul que tem origem nas viagens dos tropeiros gaúchos. Surgiu a necessidade de aproveitar a carne-seca durante as longas jornadas pelo sul do país, transformando-se em um dos pratos mais emblemáticos da culinária gaúcha.
Ingredientes tradicionais do arroz de carreteiro
• 500g de charque
• 2 xícaras de arroz
• 1 cebola grande picada
• 4 dentes de alho amassados
• 1 pimentão vermelho picado (opcional)
• 3 colheres (sopa) de óleo ou banha
• 1 maço pequeno de cheiro-verde picado
• Pimenta-do-reino a gosto
• 4 xícaras de água quente
Modo de preparo passo a passo
- Dessalgue o charque, trocando a água várias vezes (cerca de 12 horas)
- Corte o charque em cubos pequenos ou desfie
- Em uma panela grande, aqueça o óleo ou banha
- Refogue a cebola e o alho até dourarem
- Adicione o charque e refogue bem
- Adicione o pimentão (se estiver usando) e refogue mais um pouco
- Adicione o arroz e misture bem para ele absorver os sabores
- Adicione a água quente e baixe o fogo
- Cozinhe até o arroz seja macio e a água tenha sido absorvida
- Finalize com o cheiro-verde picado e sirva
Tempo de preparo: 1 hora (não incluindo o tempo de dessalga)
Rendimento: 6 porções
Curiosidades e dicas
Origem do nome: “Carreteiro” faz referência aos tropeiros que transportavam mercadorias em carretas pelo sul do Brasil no século XIX.
Variações regionais:
- No interior do Rio Grande do Sul, é comum adicionar cubos de abóbora ao carreteiro
- Em algumas regiões de Santa Catarina, o charque é substituído por carne-de-sol
- Algumas receitas incluem tomate ou colorau para dar uma cor mais avermelhada ao prato
Dica de chef: Para um sabor mais intenso, frite o charque separadamente até ficar crocante antes de juntar aos outros ingredientes. Isso potencializa o sabor característico do prato.
Informações | Dados |
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Calorias | Aproximadamente 380 kcal por porção |
Tempo de conservação | 3 dias na geladeira |
Congelamento | Pode ser congelado por até 3 meses |
Melhor época | O ano todo |
Sopa de agnolini: calor italiano nos invernos do sul
A sopa de agnolini é uma das comidas típicas da região sul com forte influência da imigração italiana. Muito apreciada principalmente nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, esta sopa reconfortante é garantida nas mesas sulistas durante os invernos rigorosos da região.
Ingredientes para a massa do agnolini
• 500g de farinha de trigo
• 5 ovos
• 1 colher (chá) de sal
• 1 colher (sopa) de azeite de oliva
Ingredientes para o recheio
• 300g de carne bovina moída
• 200g de frango cozido e desfiado
• 100g de queijo parmesão ralado
• 1 cebola média picada
• 2 dentes de alho picados
• 1 colher (sopa) de manteiga
• 2 colheres (sopa) de salsinha picada
• Noz-moscada a gosto
• Sal e pimenta a gosto
Ingredientes para o caldo
• 2 litros de caldo de galinha caseiro
• 1 cenoura picada
• 1 cebola picada
• 1 talo de salsão picado
• 2 folhas de louro
• Sal a gosto
Modo de preparo
- Para a massa:
- Misture a farinha com os ovos, sal e azeite
- Acumule bem até obter uma massa lisa e aquosa
- Deixe descansar por 30 minutos coberto com um pano
- Para o recheio:
- Refogue a cebola e o alho na manteiga
- Adicione a carne moída e cozinhe até dourar
- Adicione o frango desfiado e misture bem
- Tempere com sal, pimenta e noz moscada
- Desligue o fogo e adicione o queijo e a salsinha
- Deixe esfriar
- Montagem dos agnolini:
- Abra a massa em uma superfície enfarinhada até ficar bem fina
- Corte em quadrados de aproximadamente 3×3 cm
- Coloque uma pequena porção do recheio no centro de cada quadrado
- Dobre formando um triângulo e pressione as bordas para fechar
- Uma das duas pontas inferiores do triângulo, formando o agnolini
- Para o caldo e finalização:
- Prepare o caldo cozinhando todos os ingredientes por cerca de 40 minutos
- Coe o caldo e mantenha o calor
- Cozinhe os agnolini no caldo fervendo por cerca de 5-8 minutos
- Sirva quente com queijo parmesão ralado por cima
Tempo total de preparo: 2 horas
Rendimento: 8 porções
Variações e dicas
Variações regionais:
- Na serra gaúcha, o agnolini é frequentemente servido com um caldo mais encorpado, quase um molho
- Em algumas regiões de colonização italiana em Santa Catarina, adicione-se fígado de galinha ao recheio
- No interior do Paraná, há versões que utilizam linguagem no recheio
Dicas de armazenamento:
- Os agnolini podem ser congelados crus por até 3 meses
- O caldo pode ser preparado com antecedência e congelado separadamente
- Para uma versão mais rápida, os agnolini podem ser cozidos diretamente congelados, aumentando apenas o tempo de cozimento
“A sopa de agnolini é como um abraço quente nos dias frios de inverno, mantendo viva a tradição dos nossos antepassados italianos” – Dito popular na serra gaúcha
Café colonial: mais que uma refeição, uma tradição
O café colonial não é exatamente um prato, mas sim uma tradição alimentar que se tornou uma das comidas típicas da região sul mais apreciadas.
Trazido pelos imigrantes alemães e desenvolvido principalmente em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, o café colonial representa a fartura e a diversidade da gastronomia sulista.
Componentes tradicionais do café colonial
Pães e cucas:
• Pão de milho
• Pão sovado
• Broa de centeio • Cuca de
banana
• Cuca de farofa
• Pão de batata
Frios e embutidos:
• Queijo colonial
• Salame colonial
• Presunto caseiro
• Morcela
• Linguiça defumada
• Queijo de porco
Doces e geleias:
• Schmier de melancia (geleia de casca de melancia)
• Geleia de uva
• Geleia de laranja
• Doce de abóbora
• Chimia de morango
• Mel de abelha
Bebidas:
• Café forte
• Chá de ervas
• Suco de uva artesanal
• Leite fresco
Como é servido o café colonial
O café colonial é servido em grandes mesas, geralmente em estilo buffet ou com diversas bandejas colocadas sobre a mesa para que todos possam se servir à vontade. É uma refeição que pode durar horas e muitas vezes substitui o almoço e o jantar devido à grande quantidade de alimentos.
Nas regiões turísticas do sul do Brasil, muitas pousadas e restaurantes oferecem o café colonial como atração gastronômica, principalmente nos finais de semana.
Variações regionais
Em Santa Catarina:
- O vale do Itajaí se destaca pelas cucas e doces alemães
- Na região de Nova Trento, há influência italiana com mais massas e queijos
No Rio Grande do Sul:
- A serra gaúcha adiciona elementos italianos como polenta e salame
- Na região das Missões, encontram-se influências da culinária paraguaia e argentina
No Paraná:
- A região de Castro e Carambeí apresenta forte presença holandesa, com adição de queijos e doces típicos
Curiosidade: O café colonial surgiu como uma necessidade dos colonos europeus que trabalhavam no campo e prestavam de refeições substanciais para aguentar o trabalho pesado. Com o tempo, tornou-se um momento de confraternização familiar, geralmente aos domingos.
Valor típico: Em restaurantes e pousadas, o café colonial custa entre R$ 40 e R$ 80 por pessoa, em sistema de rodízio ou à vontade.
Entrevero: a mistura perfeita dos sabores do sul
O entrevero é uma das comidas típicas da região sul que melhor representa a diversidade de ingredientes locais. Este prato rústico, muito popular no Rio Grande do Sul e em partes de Santa Catarina, consiste basicamente em uma mistura de diversos tipos de carnes e legumes, todos cortados em cubos e cozidos juntos.
Ingredientes do entrevero tradicional
• 300g de carne bovina em cubos
• 300g de carne suína em cubos
• 200g de linguiça colonial em rodelas
• 200g de bacon em cubos
• 300g de pinhão cozido e descascado
• 4 batatas médias em cubos
• 2 cebolas grandes em particular
• 1 pimentão vermelho em cubos
• 1 pimentão verde em cubos
• 3 dentes de alho picados
• 2 tomates em cubos
• 2 colheres (sopa) de banha de porco
• 1 maço de salsinha picada
• Sal e pimenta a gosto
Modo de preparo do entrevero
- Em uma panela grande ou tacho, derreta a banha de porco
- Frite o bacon até dourar e reservar
- Na mesma panela, refogue o alho e a cebola
- Adicione a carne bovina e refogue até dourar
- Adicione a carne suína e refogue por mais 5 minutos
- Adicione a linguiça colonial e cozinhe por mais 3 minutos
- Coloque os pimentões e tomates, misturando bem
- Adicione as batatas e o pinhão
- Tempere com sal e pimenta
- Tampe a panela e cozinhe em fogo médio por aproximadamente 20 minutos, possíveis causas
- Verifique se as batatas estão macias
- Retorne o bacon à panela, adicione a salsinha e sirva
Tempo de preparo: 45 minutos
Rendimento: 6-8 porções
Curiosidades e variações regionais
Origem do nome: A palavra “entrevero” significa confusão, mistura, e representa perfeitamente a natureza deste prato onde diversos ingredientes são misturados.
Variações por região:
- Na região serrana de Santa Catarina, é comum adicionar couve ao entrevero
- No interior do Rio Grande do Sul, algumas versões incluem milho verde
- Em regiões próximas ao litoral, você pode encontrar versões com frutos do mar
- Durante o inverno, o entrevero ganha mais pinhão e batata-doce
Acompanhamentos tradicionais:
- Arroz branco
- Farofa
- Polenta mole
- Pão caseiro
Dica do chef: O segredo do entrevero está na ordem de adição dos ingredientes, respeitando o tempo de cozimento de cada um. As carnes sempre vão primeiro, seguidas dos vegetais mais duros e por último os mais macios.
Informações | Dados |
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Calorias | Aproximadamente 520 kcal por porção |
Tempo de conservação | 2-3 dias na geladeira |
Melhor época | Outono e inverno |
Sugestão de bebida | Vinho tinto incorporado ou cerveja escura |
Marreco recheado: a tradição germânica no prato
O marreco recheado com repolho roxo é uma das comidas típicas da região sul que melhor representa a influência alemã na culinária local.
Muito popular em Santa Catarina, especialmente na região de Blumenau durante a Oktoberfest, este prato é um verdadeiro símbolo das tradições gastronômicas germânicas adaptadas aos ingredientes brasileiros.
Ingredientes do marreco recheado tradicional
Para o marreco:
• 1 marreco inteiro limpo (aproximadamente 2-3kg)
• 1 maçã grande picada
• 1 cebola grande picada
• 100g de bacon picado
• 2 dentes de alho picados
• 2 colheres (sopa) de manteiga
• 1 xícara de miolo de pão amanhecido
• 1 colher (sopa) de sálvia picada
• 1 colher (sopa) de manjerona
• Sal e pimenta a gosto
Para o raio roxo:
• 1 repolho roxo médio fatiado finamente
• 2 maçãs verdes raladas
• 1 cebola grande fatiada
• 2 colheres (sopa) de manteiga
• 3 colheres (sopa) de açúcar mascavo
• 1/2 xícara de vinagre de maçã
• 1 colher (chá) de canela em pó
• 4 cravos-da-índia
• Sal a gosto
Modo de preparo
- Preparando o marreco:
- Lave bem o marreco e seque-o
- Tempere por dentro e por fora com sal e pimenta
- Em uma frigideira, derreta a manteiga e refogue a cebola e o alho
- Adicione o bacon e refogue até dourar
- Adicione a maçã picada e cozinhe por 2 minutos
- Misture o miolo de pão, as ervas e tempere a gosto
- Recheie o marreco com esta mistura e feche com palitos ou linha culinária
- Coloque o marreco em uma assadeira, assadeira com papel alumínio
- Asse em forno pré-aquecido a 180°C por aproximadamente 1 hora
- Retire o papel alumínio e asse por mais 30-40 minutos até dourar
- Para o repolho roxo:
- Em uma panela grande, derreta a manteiga
- Refogue a cebola até ficar transparente
- Adicione o roxo roxo e refogue por 5 minutos
- Adicione as maçãs raladas, o açúcar mascavo, o vinagre, a canela e os cravos
- Tempere com sal a gosto
- Cozinhe em fogo baixo, com a panela parcialmente tampada, por cerca de 45 minutos
- Mexa ocasional para não grudar
Tempo total de preparo: 2 horas e 30 minutos
Rendimento: 6-8 porções
Curiosidades e dicas
História do prato: O marreco recheado foi trazido pelos imigrantes alemães que se estabeleceram principalmente em Santa Catarina a partir do século XIX. Na Alemanha, o prato é tradicionalmente preparado com pato, mas no Brasil o marreco se mostrou mais acessível e adaptou-se bem à receita.
Dicas para um marreco perfeito:
- Deixe o marreco em salmoura por 12 horas antes do preparo para garantir uma carne mais macia
- A pele do marreco deve ficar crocante, por isso é importante assá-lo descoberto na parte final
- Se o marreco estiver muito gorduroso, faça furos na pele antes de assar para que a gordura escorra
Acompanhamentos tradicionais:
- Knödel (bolinhos de batata)
- Spätzle (massa típica alemã)
- Purê de maçã
- Batatas cozidas
Harmonização: O marreco recheado combina perfeitamente com cervejas escuras ou vinhos tintos encorpados, como Cabernet Sauvignon.

Matambre recheado: o rolo de carne que conquistou o sul
O matambre recheado é uma das comidas típicas da região sul com forte influência da culinária dos países do Prata. Popular no Rio Grande do Sul devido à proximidade com Argentina e Uruguai, este prato consiste em uma peça de carne bovina recheada, enrolada e cozida ou assada, resultando em um preparo saboroso e visualmente impressionante.
Ingredientes do matambre recheado tradicional
Para a carne:
• 1 matambre (corte fino da lateral do boi) de aproximadamente 1,5kg
• 6 ovos cozidos
• 2 cenouras cozidas em bastões
• 200g de bacon em tiras
• 100g de azeitonas verdes sem caroço
• 2 pimentões (um vermelho e um verde) em tiras
• 2 colheres (sopa) de mostarda
• 4 dentes de alho picados
• 1 colher (sopa) de orégano
• 1 colher (sopa) de páprica doce
• Sal e pimenta a gosto
• Barbante culinário
Para o cozimento:
• 2 folhas de louro
• 2 cebolas cortadas em quartos
• 2 cenouras em rodelas
• 1 talo de salsão picado
• Água suficiente para cobrir
• 1/2 xícara de vinho branco seco
Modo de preparo
- Preparando ou matambre:
- Estenda o matambre sobre uma superfície plana
- Se necessário, bata a carne com um martelo de cozinha para uniformizar a espessura
- Tempere com sal, pimenta, alho, orégano e páprica
- Espalhe a mostarda por toda a superfície
- Distribuída como tiras de bacon, os bastões de cenoura, os pimentões e as azeitonas
- Posição dos ovos cozidos em linha no centro da carne
- Enrole firmemente a carne, começando pelo lado mais largo
- Amarre com barbante culinário, fazendo nós a cada 2 cm
- Cozimento:
- Em uma panela grande, coloque o matambre enrolado
- Adicione todos os ingredientes do caldo
- Cubra com água e clima frio ou vinho branco
- Leve ao fogo e cozinhe em fogo baixo por aproximadamente 2 horas
- A carne deve ficar macia, mas não se desmanchar
- Finalização:
- Retire o matambre do caldo e deixe esfriar um pouco
- Remova o barbante com cuidado
- Corte em fatias de aproximadamente 1,5 cm de espessura
- Sirva frio ou manhã
Tempo de preparo: 3 horas
Rendimento: 8-10 porções
Variações e dicas
Variação gaúcha: No Rio Grande do Sul, algumas receitas incluem linguiça calabresa ou queijo no recheio.
Matambre à la pizza: Versão onde o matambre, depois do cozido, é coberto com molho de tomate, queijo e orégano, e vai ao forno para gratinar.
Matambre na grelha: Após o cozimento, o matambre é grelhado na churrasqueira para ganhar sabor defumado.
Dicas importantes:
- Escolha um matambre com boa distribuição de gordura para garantir a suculência
- O tempo de cozimento pode variar de acordo com a espessura da carne
- O matambre ficará melhor se preparado um dia antes e desligar na geladeira
- Para fatiar, utilize uma faca bem afiada para não desmanchar o rolo
Sugestão de apresentação: Sirva as fatias arrumadas em um prato grande, decorando com salsa picada e rodelas de limão. O matambre é perfeito para festas e encontros, pois pode ser preparado com antecedência.
Paçoca de pinhão: o doce que virou salgado no sul
A paçoca de pinhão é uma das comidas típicas da região sul que demonstra criatividade e adaptabilidade da culinária regional.
Diferente da paçoca de amendoim conhecida no restante do Brasil, a versão sulista é salgada e preparada com pinhão e carne, representando uma importante união de elementos indígenas e europeus na gastronomia local.
Ingredientes da paçoca de pinhão tradicional
• 500g de pinhão cozido e descascado
• 300g de carne-seca ou charque dessalgado
• 100g de bacon picado
• 2 cebolas médias picadas
• 4 dentes de alho picados
• 2 colheres (sopa) de banha de porco
• 1 colher (sopa) de colorau
• Sal a gosto (pouco, pois a carne já é salgada)
• Pimenta-do-reino a gosto
• Cheiro-verde picado a gosto
Modo de preparo passo a passo
- Em uma panela, cozinhe os pinhões com casca em água por aproximadamente 40 minutos
- Descasque os pinhões e reserve
- Corte a carne seca em pedaços pequenos
- Em uma frigideira grande, aqueça a banha e doure o bacon
- Adicione a cebola e o alho, refogando até dourar
- Adicione a carne seca e refogue por cerca de 10 minutos
- Adicione o colorau, sal e pimenta
- Junte os pinhões cozidos e misture bem
- Transfira a mistura para um pilar ou processador
- Triture até obter uma farofa grossa (não deve virar macarrão)
- Volte a mistura para a frigideira, térmica o cheiro-verde e quente
- Sirva quente
Tempo de preparo: 1 hora e 30 minutos
Rendimento: 6 porções
Informações adicionais e curiosidades
Origem do prato: A paçoca de pinhão tem origem na culinária dos tropeiros e bandeirantes que percorriam o sul do Brasil, adaptando técnicas de conservação de alimentos dos povos indígenas.
Valor nutricional aproximado (por porção):
Nutriente | Quantidade |
---|---|
Calorias | 420 kcal |
Proteínas | 22g |
Carboidratos | 38g |
Gorduras | 18g |
Fibras | 8g |
Variações regionais:
- Na região serrana de Santa Catarina, adicione-se farinha de milho à paçoca
- No oeste do Paraná, algumas receitas incluem pequi
- No interior do Rio Grande do Sul, é comum servir a paçoca com ovos fritos por cima
Armazenamento: A paçoca de pinhão pode ser conservada em geladeira por até 5 dias em recipiente hermético. Também pode ser congelado por até 3 meses.
Dicas do chef:
- Para um sabor mais intenso, torre levemente os pinhões cozidos antes de mistura com os outros ingredientes
- A textura ideal é grossa e não muito úmida – se ficar muito seco, adicione um pouco de caldo de carne
- Para uma versão mais rápida, utilize um processador de alimentos com pulsos curtos em vez do pilão tradicional
Acompanhamentos tradicionais:
- Arroz branco
- Feijão tropeiro
- Couve refogada
- Ovo frito
Compartilhe as delícias do sul na sua cozinha
A culinária do sul do Brasil é rica em sabores, histórias e tradições que merecem ser preservadas e celebradas. As 10 comidas típicas da região sul que apresentamos neste artigo representam apenas uma fração da diversidade gastronômica desta região tão influenciada por suas origens europeias e sua geografia peculiar.
De pratos robustos como o churrasco gaúcho e o barreado paranaense, passando pelos sabores marcantes do pinhão e do marreco recheado, até as delícias como a paçoca de pinhão e o café colonial, a gastronomia sulista tem algo para agradar a todos os paladares.
Esperamos que este artigo tenha despertado sua curiosidade para experimentar essas receitas tradicionais. Escolha uma delas, reúna os ingredientes e aventure-se na cozinha para trazer um pouco do sul para sua mesa.
Depois, não deixe de compartilhar sua experiência, adaptações e o resultado final com amigos e familiares, ajudando assim a manter vivas essas tradições culinárias tão importantes para nossa identidade cultural.